Em 7 de fevereiro foi apresentada a comunicação “Evocação da Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval Portuguesa - 1916”, pelo Académico Fernando David e Silva e pela Dra. Marta de Almeida Loução Soares.
O almirante David e Silva deu particular atenção aos que podem ser considerados como lugares de memória de Amadeo de Sousa-Cardozo: a sede da Liga, localizada entre 1909 e 1932 no palácio Calhariz-Palmela, e a coleção oceanográfica de D. Carlos I, uma exposição permanente na Liga entre 1910 e 1929.
A dra Marta Soares lembrou que em dezembro de 1916, um mês após a exposição no Porto, Amadeo de Souza-Cardoso inaugurou a sua exposição individual em Lisboa, na Liga Naval Portuguesa, situada no Palácio Calhariz-Palmela. Ao contrário do Jardim Passos Manuel, propenso a eventos massificados, a Liga Naval no período da exposição de Amadeo era um espaço elitista que acolhia temporariamente concertos, exposições e conferências. A exposição de Amadeo ali instalada contrastava com uma exposição permanente de história natural (a coleção oceanográfica de D. Carlos I, atualmente visitável no Aquário Vasco da Gama) e dialogava com um enquadramento político especialmente conotado com a reação à I República.
Partindo deste contexto, a comunicação sondou o peso da Liga Naval na receção da exposição em Lisboa e no modo como Amadeo de Souza-Cardoso interagiu com a imprensa.