Curriculum Vitae
O Capitão-de-mar-e-guerra Herlander Valente Zambujo, na situação de Reforma, concluiu o curso de Marinha da Escola Naval em 1972, especializou-se em Eletrotecnia e tirou diversos cursos de carreira e outros, nacionais e estrangeiros, sendo de destacar, em 1984, o Curso Geral Naval de Guerra e, em 2003, o Curso Superior Naval de Guerra.
Durante a sua longa carreira militar de mais de 50 anos, teve um percurso militar e profissional diversificado, sempre acompanhado por uma atividade cultural e associativa ativa.
Entre 1980 e 1985 prestou serviço no Grupo Nº 1 de Escolas da Armada (G1EA), primeiro como instrutor na Escola de Eletrotecnia e em seguida como Secretário. Foi cumulativamente o Chefe do Departamento de Apoio à Instrução do G1EA. A sua ação estendeu-se ainda à organização da representação da Armada, delegada no G1EA, nomeadamente na realização de exposições com o objetivo de divulgar algumas das principais atividades da Marinha.
De 1985 a 1989, na Direção de Faróis (DF), desempenhou as funções de Chefe do Serviço de Eletrotecnia onde, nesse período, coordenou a atividade de modernização e remodelações da sinalização marítima da costa portuguesa do Continente, Açores e Madeira, com destaque para os faróis do Arquipélago dos Açores. É de assinalar ainda, a sua ação para preservação e a recuperação do material antigo dos faróis resultantes das remodelações efetuadas, o que permitiu a sua utilização no Museu dos Faróis, criado na altura, e o bom êxito das várias exposições sobre Faróis que a DF efetuou e tem vindo a realizar no País ao longo dos últimos anos.
No Instituto Hidrográfico (IH), em diferentes períodos e durante quase duas décadas, desempenhou varias funções, primeiro como Chefe do Serviço de Eletrotecnia, depois como Diretor dos Serviços de Apoio e finalmente com Adjunto do Diretor Geral do IH. A sua ação foi essencial para a recuperação, beneficiação e adaptação das infraestruturas e áreas circundantes das Instalações Navais da Azinheira, no Seixal, e também para o reordenamento, reabilitação e modernização de espaços do edifício-sede, na Rua das Trinas.
De 1995 a 1996, desempenhou as funções de Chefe da Divisão de Comunicação, Comando e Controlo da Direção de Navios (DN), no Alfeite, onde foi o responsável pela implementação dos sistemas de Comando e Controlo de Comunicações das fragatas da classe João Belo.
De 1996 a 1999 prestou serviço em Macau tendo sido o último Capitão dos Portos de Macau. Na fase crucial da transição e da localização, a sua ação foi determinante para o êxito do processo de localização, em especial no que respeita à formação dos quadros aos quais transmitiu toda a sua experiência e saber e que vieram a ocupar os diversos lugares de chefia, do Serviço e dos organismos dependentes da Capitania, nomeadamente o Museu Marítimo e a Escola de Pilotagem. Foi cumulativamente, Presidente da Comissão do Domínio Público Hídrico, Membro do Grupo Coordenador para os Assuntos Fronteiriços, representante na Comissão dos Descobrimentos Portugueses e no Grupo de Trabalho do Turismo. É ainda de realçar a sua ação determinante para a resolução de situações conflituosas que emergiam com frequência na área de jurisdição da Capitania, como também no modo como incrementou o relacionamento com as autoridades e entidades da República Popular da China. De assinalar também o seu contributo, naquele período, para o bom êxito das Comemorações do Dia da Marinha naquele território.
De 2002 a 2003, foi Comandante da Base Naval de Lisboa, onde levou a cabo uma série relevante de obras e melhoramentos em várias infraestruturas, de que são exemplo a nova casa da guarda da estação naval, a conclusão das obras e entrada em funcionamento do novo refeitório dos sargentos e praças, as benfeitorias na messe residencial e a transferência do serviço de Limitação de Avarias para a estação naval, colocando-o em melhores condições para prestar apoio eficaz aos navios.
Em 2012, por deliberação do Conselho Superior de Magistratura, foi nomeado Juiz Militar das Varas Criminais de Lisboa, funções que desempenhou até 2015.
Para além da sua longa carreira naval, salienta-se a sua atividade cultural onde, desde muito jovem, se dedica à pintura a óleo sobre tela com espátula, contanto o seu currículo com inúmeras exposições individuais e coletivas.
Das exposições individuais destaca-se entre outras: em 1974, no Museu Machado e Castro, nos Açores, em 1996, na Galeria de Arte da Casa do Pessoal da RTP, na Câmara Municipal do Seixal, no Padrão dos Descobrimentos, as realizadas entre 1996 e 1999, em Macau, durante a sua comissão na Capitania dos Portos de Macau e, mais recentemente, no Ministério da Defesa Nacional e nas instalações da Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa.
Das exposições coletivas salienta-se: a sua participação, desde 1986, na exposição anual "Militares e a Arte", organizadas pelo Estado-Maior General das Forças Armadas e, desde 1991, e nas exposições bianuais, "O Mar e os Motivos Marítimos", organizadas pela Academia de Marinha.
Encontra-se representado em vários museus, desde Portugal ao Oriente, e em diversas coleções particulares e estrangeiras.
Na área da medalhística é de realçar, entre outras, a conceção e acompanhamento da execução da maioria das medalhas comemorativas do Dia da Marinha, editadas anualmente pelos Clubes Militares.
O Capitão-de-mar-e-guerra Herlander Valente Zambujo é membro Emérito da Classe de Artes, Letras e Ciências da Academia de Marinha, Sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, membro do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão e do Instituto Balear de la História.
É desde 2013 o Presidente da Comissão de Redação dos Anais do Clube Militar Naval.
Desde Janeiro de 2016 exerce as funções de Secretário-Geral da Academia de Marinha (AM).
Da sua folha de serviços constam vários louvores e condecorações.
Dos louvores destaca-se: o louvor individual dado pelo Almirante António Egídio de Sousa Leitão, Chefe do Estado-Maior da Armada, em 17 de Dezembro de 1984, e o louvor individual dado pelo General Vasco Rocha Vieira, Governador de Macau, em 17 de agosto de 1999.
Das condecorações salienta-se: seis Medalhas de Prata de Serviços Distintos, as Medalhas de Mérito Militar de 1ª e de 2ª classe, a Medalha de Ouro de Comportamento Exemplar e a Medalha da Cruz Naval de 2ª classe.
No âmbito civil, em 06 de novembro de 2001, durante as comemorações do 165º aniversário da edilidade seixalense, no Auditório do Fórum Cultural do Seixal, foi agraciado pela Camara Municipal do Seixal com a Medalha de Mérito Empresarial – Prata.