Em 27 de novembro, decorreu no Auditório da Academia de Marinha, uma sessão cultural intitulada “E se Cristóvão Colombo fosse Cristóvão Colombo”, apresentada pelo Professor Luís Filipe Reis Thomaz, Membro Emérito desta Academia.
O Académico, reconhecido especialista em História, salientou que a sua comunicação limita-se a pôr a hipótese de Cristóvão Colombo ser identificável com o Cristóvão Colombo de que testemunham os 119 documentos dos séculos XV a XVII, de que mais de uma dúzia é anterior à sua morte, a 20 de maio de 1506. A existência de Cristóvão Colombo, cidadão genovês, que, como seu próprio filho atesta na biografia paterna, ao mudar-se para Castela em c. 1483, castelhanizou o seu nome em “Cristóbal Colón”, sendo confirmada por numerosos documentos notariais.
Para o Professor, “deve notar-se que, embora vários documentos afirmem que se não sabe ao certo em que ponto da República de Génova terá nascido, não há um único que permita pôr em dúvida a sua naturalidade genovesa”, e que em Portugal terá sido identificado como filho de João Palha, homem de confiança de D. João II, ou como Salvador Gonçalves Zarco, suposto fruto dos amores de uma filha de João Gonçalves Zarco com o infante D. Fernando, pai de D. Manuel I, nascido segundo uns em Génova, onde Domenico Colombo o teria criado como filho, segundo outros em Cuba do Alentejo. De referir também que, terá sido um agente de D. João II “(…)para atrair para o Atlântico as atenções de uma potência continental virada para o Mediterrâneo, como era a Castela dos Reis Católicos, e assim embaraçar os descobrimentos portugueses… Os esbirros do Príncipe Perfeito ter-se-iam infiltrado em 11 cartórios notariais de Génova e Savona, no Arquivo da Universidade de Bolonha, no da República de Sena, no Archivo General de Simancas, no Archivo de Indias de Sevilha, no arquivo dos duques de Verágua, descendentes de Colombo e provavelmente em outros mais ainda, para aí introduzirem documentos falsos, que provassem, quatrocentos anos após o falecimento de D. João II, pois até aí jamais alguém o notara, que Colombo fora um agente seu…”
Após a brilhante comunicação, seguiu-se um período de debate em que o Professor Luís Reis Thomaz esclareceu as questões colocadas pela interessada assistência.