Na sessão cultural de 12 de junho foi apresentada a comunicação “De Ragusa para Lisboa procurando uma nova Pátria - Apogeu e queda de uma república marítima do Mediterrâneo ”, pelo Académico Honorário e antigo Presidente desta Academia Eduardo Romano de Arantes e Oliveira.
Na sua apresentação, o Professor referiu que “Ragusa teve origem na cidade ilírica de Epidauro e a sua evolução esteve desde sempre ligada à História da Região. Rival de Veneza, a muito católica Ragusa soube aproveitar os seus trunfos, nomeadamente a capacidade diplomática, mercantil, cultural e técnica das suas elites, para servir de elo de ligação entre os Otomanos e as grandes potências mediterrânicas ocidentais, sobretudo a Espanha”.
Ragusa era, politicamente, uma república aristocrática rigidamente estruturada em três classes: os patrícios, os cidadãos e a plebe. A sua decadência, tal como a de Veneza, começou com a descoberta do caminho marítimo para a Índia.
A terminar, lembrou que em 1667, um grande sismo destruiu a cidade, como, em 1755, viria acontecer em Lisboa, mas que o derradeiro declínio de Ragusa ocorreu com as guerras napoleónicas que levaram à extinção da própria República e à sua anexação em 1815 pela Áustria, sancionada pelo Congresso de Viena. Jovens cidadãos foram levados a procurar fortuna noutros países, nomeadamente em Portugal. Assim, vieram para Lisboa membros das famílias Pusich, Radich, Crillanovich, Covachich e Romano que, com merecido êxito, aqui se enraizaram.