Na sessão cultural de 26 de setembro foi apresentada a comunicação “A ação da Comissão Colonial do Grande Oriente Lusitano Durante a Primeira República, na qual predominavam oficiais de Marinha”, pelo Académico António Pires Ventura.
Para o professor o Grande Oriente lusitano Unido não se ficou alheio aos grandes problemas nacionais, podendo ser comprovado pelos textos dados à estampa no seu Boletim, (a partir de 1869) e em algumas publicações impressas. Essa preocupação começou a ser mais claramente exposta em encontros que tiveram a forma de conferências e congressos, a partir de 1900, num total de sete, organizados até 1924, cujas comunicações foram publicadas na sua quase totalidade. Para além de temas relacionados com a Maçonaria, foram abordados outros relacionados com a vida nacional, nos mais diversos âmbitos, da educação à economia, da organização do Estado à assistência, do pacifismo à situação da mulher.
No que respeita ao desenvolvimento do país, a situação dos territórios ultramarinos ocupou um lugar central, em especial após a proclamação da República. Já antes tinham sido encontradas diversas personalidades muito ligadas a esses territórios que foram simultaneamente destacados maçons, como António Enes, Bento Ferreira de Almeida, Custódio Miguel de Borja ou Augusto de Castilho. Em 1912 foi criada uma Comissão específica, a Comissão Colonial, encarregada de produzir propostas concretas visando o desenvolvimento daqueles territórios, as quais deveriam ser apresentadas aos deputados e senadores maçons, das várias orientações políticas, para sua eventual implementação. Ao mesmo tempo, a principal figura dessa comissão, o comandante Ernesto de Vasconcelos, apresentou uma interessante comunicação no Congresso Maçónico de 1913, intitulada «Meios de desenvolver a Riqueza Pública nas Colónias».
A finalizar, assinalou a presença de vários oficiais de Marinha na Comissão Colonial, e mais tarde, em 1928, em plena Ditadura Militar, quando foi constituída a Comissão de Estudos Coloniais.