Em
10 de dezembro, teve lugar no Auditório da Academia de Marinha, a
Sessão Solene de Encerramento do ano académico e das comemorações do
quinquagésimo aniversário, tendo sido presidida por Sua Excelência o
Presidente da República, Presidente de Honra da Academia de Marinha.
O Presidente da Academia de Marinha, Almirante Francisco Vidal Abreu, no seu discurso de abertura, após ter citado o verso de Os Lusíadas "por mares nunca de outro lenho arados",
que constitui a divisa da Academia de Marinha, saudou e agradeceu a
presença do Senhor Presidente da República, do Ministro da Defesa
Nacional, do Ministro do Mar, e do Chefe do Estado-Maior da Armada, e
lembrou que a referida Sessão Solene era o "resultado do trabalho de
uma pequeníssima equipa de militares e civis que, com o imprescindível
apoio dos nossos ilustres académicos e com uma notável dedicação e brio,
está empenhada no propósito comum de dar a conhecer a nossa história
marítima, mas também as várias facetas das artes, letras e ciências
ligadas ao mar".
Para falar
sobre a história da Academia, desde a sua génese em 1969, foi convidado o
Académico, Comandante Jorge Semedo de Matos, que após uma resenha
histórica do que foi a instituição ao longo destes 50 anos, terminou a
sua comunicação salientando que "a Academia de Marinha tomou para si
todos os assuntos e sensibilidades do que ao mar e aos homens do mar
dizem respeito. E assumiu-o com o sentido patriótico de quem tem a
consciência do país que é Portugal, da sua Geografia e da sua História.
Um país que deve a sua independência ao facto de viver de mão dada com o
Atlântico, que aprendeu a cruzar em todos os sentidos. Tem, pois, um
desígnio que é nacional, para onde convergem os resultados de todas as
nossas realizações".
O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, também discursou, elogiando o contributo da Academia na promoção de "uma
cultura marítima ampla, verdadeiramente nacional e para quebrar as
barreiras entre a arte e a ciência, entre civis e militares". Acrescentou que este é o momento de repensar no Atlântico, que tem vindo a ganhar uma nova centralidade geoestratégica".
A
finalizar, destacou a conferência das Nações Unidas sobre os oceanos
que se realizará em Lisboa, em 2020, desafiando a Academia de Marinha a "dar o seu contributo no decurso deste grande evento".
Após
a intervenção do Ministro da Defesa Nacional, o Presidente da República
usou da palavra e referiu que quando em janeiro de 2018, assumiu "a simbólica presidência de Honra desta academia" destacou a importância da "estratégia portuguesa para o mar" no plano interno e como "componente decisiva" da política externa e de defesa nacional.
Passado
quase dois anos, o Presidente de Hora da Academia, elogiou a forma como
a Academia de Marinha, com autonomia científica, "soube, numa palavra, institucionalizar-se, coisa bem rara numa pátria antiga e sábia, mas avessa a institucionalizações" e como "soube
desse modo honrar a nossa Marinha e nessa exata medida honrar Portugal.
Que mais se poderia sonhar como fruto de meio século de vida, de meio
século de serviço a todos nós?"
A terminar, salientou que
"Portugal evoca, louva e agracia com o título de «membro honorário da
Ordem Militar de Sant'Iago da Espada» a Academia de Marinha, assim
homenageando a excelência ao serviço da vocação nacional de Portugal: a
convergência entre culturas, civilizações e continentes, sempre através
dos oceanos, sempre através do mar", tendo de seguida entregado ao
seu Presidente as insígnias de Membro Honorário da Ordem Militar de
Sant'Iago da Espada, com que condecorou a Academia de Marinha.
Depois
da execução do Hino Nacional pela Banda da Armada, o Presidente da
República, acompanhado pelo Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e
pelo Presidente da Academia, visitou a nova livraria, onde teve ocasião
de apreciar as obras mais emblemáticas recentemente editadas, e na
Galeria descerrou um painel de azulejos evocativo da efeméride.