Em 4 de abril foi apresentada a comunicação “Plataforma Tejo. O regresso ao rio. A frente ribeirinha de Lisboa no século XXI”, pelo Arquiteto Pedro Ressano Garcia.
O orador lembrou que a extensa investigação sobre as zonas portuárias e frentes ribeirinhas urbanas foi concebida enquanto realizava a sua tese de doutoramento intitulada “Vida e Morte do Porto de Lisboa em homenagem a Jane Jacobs”. No final do estudo apresentou uma proposta para Lisboa – o projeto Plataforma Tejo – que veio a receber o Prémio de Arquitetura “Pancho Guedes” e foi publicado no livro Plataforma Tejo, O regresso ao Rio, a frente ribeirinha de Lisboa e o século XXI.
O arquiteto salientou que desta forma concebeu um terraço entre a parte alta da cidade, junto ao jardim do Museu de Arte Antiga (Rua das Janelas Verdes) e a zona portuária, uma espécie de rampa ajardinada com um edifício por baixo, construída sobre duas barreiras no acesso ao Tejo: o caminho-de-ferro e a Avenida 24 de Julho. O jornal Expresso em 2006 escreveu que “O projeto dá força à ideia de que «é através do espaço público que se faz a regeneração da frente ribeirinha». A construção é arrojada e original, tendo uma cobertura com 6% de inclinação «que proporcionaria um novo espaço público à cidade, de frente para o rio, com vistas panorâmicas», sendo propício «ao recolhimento e à contemplação, mas também a grandes eventos culturais». Por outro lado, funcionaria como porta da cidade histórica e ligaria várias instituições e equipamentos locais, como o Museu Nacional de Arte Antiga (pouco visitado, apesar do seu prestígio, devido ao problema das acessibilidades), a sede da Cruz Vermelha, a Gare Marítima da Rocha Conde Óbidos e o Museu do Oriente, «conduzindo à revitalização da zona no seu todo»”.
A finalizar a sua interessante apresentação, o orador disse ter em mãos uma nova porta de entrada da cidade, um projeto que valorizará o caracter da cidade portuária e reforçará a sua identidade. Partilhará o método que utilizou para chegar a uma solução que tem despertado a atenção dos media, de lideres económicos e políticos, sobretudo no estrangeiro porque a sua proposta inovadora é desejada por outras cidades portuárias.