Em 24 de Janeiro, teve lugar a cerimónia de entrega do Prémio “Almirante Teixeira da Mota”/2016, e a apresentação da obra premiada, The Global City - On the Streets of Renaissance Lisbon, pelas coordenadoras, Professoras Annemarie Jordan Gschwend e Kate Lowe.
Após agradecer a presença do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, o Presidente da Academia, Almirante Vidal Abreu salientou que “o patrono deste prémio – Almirante Teixeira da Mota – foi um insigne oficial da Armada, denodado investigador da história e ciências marítimas, tendo prestado altos serviços à Marinha e à Nação e alcançado visível notoriedade além-fronteiras nos referidos campos de investigação, designadamente nas áreas de navegação, cartografia e etnografia”.
Relativamente ao prémio “Almirante Teixeira da Mota” de âmbito internacional e atribuído nos anos pares, o Presidente lembrou que se destina a incentivar e a dinamizar a pesquisa e a investigação científica na área das Artes, Letras e Ciências ligadas ao Mar e às Marinhas, podendo a ele concorrerem cidadãos nacionais e estrangeiros que apresentem trabalhos originais nos referidos domínios.
Agradeceu aos membros do júri do prémio o apoio dado à Academia de Marinha, pelo trabalho de análise e avaliação das 22 obras concorrentes.
Para além do prémio já referido, foram atribuídas menções honrosas às obras A baleação e o Estado Novo. Industrialização e Organização Corporativa (1937-1958), da autoria de Francisco Maia Pereira Henriques, e Políticas Régias de Logística Naval (1481-1640), da autoria de Liliana Cristina Magalhães Oliveira.
Após a cerimónia de entrega dos diplomas, as coordenadoras a obra premiada destacaram que a Renascença de Lisboa resultou do sucesso mundial do império comercial marítimo de Portugal, que se estendia da África Ocidental e do Brasil até à Índia Portuguesa e ao Sul da China, provocando um afluência de bens e povos estrangeiros na Lisboa metropolitana sem precedentes num país europeu antes desta época. Este império comercial marítimo criou um forte impacto na produção, no transporte, na distribuição e no consumo de cargas exóticas em toda a Europa.
As duas pinturas identificadas como a Rua Nova dos Mercadores, no final do século XVI, retratam uma cena quotidiana numa rua reconhecível, com uma população global diversificada. Situada na contiguidade da margem do rio Tejo, a porta aquática para um mundo global, foi um dos centros financeiros da Europa do Renascimento. Tesouros e produtos de luxo vindos de África, do Brasil e da Ásia Portuguesa estavam depressa disponíveis para venda em lojas exclusivas na Rua Nova.
A terminar citaram Damião de Góis, historiador oficial do rei: “o Tejo reinava sobre o mundo e sustentava que os avanços de Lisboa em navegação haviam aberto o início do mundo moderno”.