Na sessão cultural de 14 de janeiro, realizada no Auditório da Academia de Marinha, foi apresentada a comunicação "A extinção da Provedoria das Armadas e a criação da Intendência da Marinha nos Açores", pelo Académico Manuel Augusto de Faria.
O orador salientou que a "abertura das rotas comerciais com trânsito pelos Açores em viagem de retorno da Índia e do Brasil levou a coroa portuguesa a nomear Pedro Anes do Canto, rico e prestigiado povoador de segunda leva da Terceira, provedor das armadas e naus da Índia". Apesar da historiografia açoriana não registar atividade específica da provedoria das armadas durante o período do Governo e Capitania-Geral dos Açores, há documentação conhecida que refere que "as tarefas específicas do provedor das armadas eram desempenhadas pelo provedor da Fazenda Real".
Assim, foi nomeado "um oficial da Marinha para intendente nos Açores, ao abrigo do alvará de 12 de agosto de 1797, que criou nas «diferentes capitanias da América» intendentes da Marinha saídos dos oficiais do Real Corpo da Marinha." O alvará era apenas para aplicação no Brasil, os Açores não sustentavam essa nomeação.
Aos intendentes era dado o governo de um arsenal, à semelhança do Arsenal Real de Lisboa. Como "nas ilhas não haver, nem construções navais, nem mesmo porto algum para haver um Intendente da Marinha", o lugar não podia ser guarnecido.