Academia de Marinha
A Academia de Marinha é um órgão cultural da Marinha com autonomia científica que tem por missão promover e desenvolver os estudos e divulgar os conhecimentos relacionados com a história, as letras, as artes e as ciências e tudo o mais que diga respeito ao mar e às actividades marítimas.
A Academia de Marinha foi criada em 1978, sendo a herdeira natural do Grupo de Estudos de História Marítima (GEHM), fundado em 1969 por portaria do Ministro da Marinha, almirante Pereira Crespo, e cujos membros fundadores foram os almirantes Ramos Pereira e Sarmento Rodrigues, os comandantes Marques Esparteiro, Teixeira da Mota e Humberto Leitão, e os historiadores Virgínia Rau, Luís de Albuquerque, Alberto Iria, Armando Cortesão e Lixa Filgueiras – dez personalidades cujas vidas se cruzam a partir da história dos Descobrimentos, da colonização portuguesa e da construção naval, e que elegeram o almirante Sarmento Rodrigues como Presidente.
Em 1970 foi extinto o GEHM e criado o Centro de Estudos de Marinha, com duas secções que mais tarde passaram a classes: a de História Marítima, com os já mencionados membros fundadores, e uma nova secção de Artes, Letras e Ciências, com doze personalidades – os comandantes Serra Brandão, Silva Gameiro, Martins de Magalhães, Soeiro de Brito, Esteves Cardoso e Rodrigues dos Santos, da Armada, os capitães Madrugo Bárcia e Sousa Júnior, da Marinha Mercante, o dr. Herculano Zacarias Vilela, o eng. José Gago da Câmara Medeiros, o pintor Alberto Cutileiro e o jornalista Maurício de Oliveira.
Em 1978, por despacho de 27 de Dezembro do Chefe de Estado-Maior da Armada, almirante António de Sousa Leitão, o Centro de Estudos de Marinha passou a ser designado por Academia de Marinha.
A AM tem por divisa Por mares nunca de outro lenho arados – um verso de “Os Lusíadas”.
A AM dispõe de símbolo heráldico próprio, assim como o Presidente, quando oficial general da Armada.
Com formação académica superior, ou exercendo actividade afim das áreas de interesse da AM, os novos membros são eleitos em Assembleia dos Académicos, mediante proposta de académicos eméritos ou efectivos.
A categoria de membro emérito, efectivo ou correspondente, só pode ser concedida a cidadãos nacionais ou de países de língua portuguesa. A categoria de associado é destinada a cidadãos estrangeiros.
Por tradição, nos actos e sessões solenes, os académicos são convidados a fazer uso da sua insígnia – o Colar da Academia de Marinha.
A actividade cultural desenvolve-se essencialmente através de conferências com carácter semanal, no âmbito das duas classes mencionadas, e nas seguintes áreas funcionais: Arqueologia Naval, Cartografia e Ciência Náutica, Expansão Marítima, História da Estratégia Naval, Geopolítica e Estratégia Naval, Oceanografia e Exploração do Mar, Portos e Comércio Marítimo, Gestão e Ordenamento das Actividades Litorâneas.
Com carácter bienal, a AM realiza nos anos ímpares Simpósios de História Marítima, dedicados aos temas ou personalidades históricas mais relevantes.
Nos anos pares a AM leva a efeito uma Exposição de Artes Plásticas subordinada ao tema “O Mar e Motivos Marítimos”, com atribuição de prémios e menções honrosas.
Anualmente, a AM atribuiu um prémio a uma obra literária ou científica, alternadamente nas áreas da História Marítima ou das Artes, Letras e Ciências, com a finalidade de incentivar a investigação científica.
Para além das suas Memórias e das actas dos Simpósios, a AM publica livros temáticos sempre que o seu interesse o justifique e mantem um portal na página da Marinha na Internet.
Finalmente, a 10 de dezembro, na sessão de Encerramento do Ano Académico e das Comemorações, a Academia foi agraciada como Membro Honorário da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, por Sua Excelência o Presidente da República.